domingo, 24 de outubro de 2010

Capítulo 18 - Agora ou Nunca


 "-Eu sei não há parede vermelha nem refrigerador azul, é que eu sou daltônico, até hoje não sei as cores de minha casa..."

"Algum lugar da África do Sul, África"
"11:05" "02/01/2010"

O prédio nós estamos começa a tremer, as paredes começam a rachar e poeira levantar.

-O que é isto? - grita Capitu.

-Eu não sei, mas é melhor nós sairmos daqui - diz Jorge.

Nós começamos a correr em direção a porta principal, mas percebi que Jorge não estava conosco.

-Fiquem aqui,vou procura-lo - eu disse para Tiago e Capitu.

Comecei a procurar, de um hora para outra a fina camada de poeira no ar, aumentou e a visibilidade está baixa, resolvi ir caminhando rente a parede.

Achei o Jorge, agachado, mexendo em um baú, chego mais perto para ver, está cheio de armas, munições e outros afins, ele me olhou assustado e gaguejou:

-Eu esta-ta-va levando pra v-v-oces! - assustado.

-Sei, sei, pode deixar que eu te ajudo - retruquei - Vem me ajude a levar este baú para fora do prédio.

-Ok - disse Jorge envergonhado.

Alguns segundos depois de empurrar o baú e não vendo nada, vejo um feixe de luz no meio da poeira, achei que era a iluminação lá de fora, resolvi levar o baú pra lá. E eu estava certo, era a saída, quando nós conseguimos tirar o baú de dentro do prédio, Tiago olhou espantando.

Começamos a nos equipar, Jorge pegou um calibre 12 e uma 9mm, Capitu não sabia o que pegar então Tiago a ajudou e eu peguei uma pistola .40, já que havia perdido a outra, um fuzil e duas granadas.

-Me sigam - disse Jorge, tirando um aparelho meio quadrado de dentro do bolso.

-O que é isso? - perguntei.

-Um localizador, aqui perto tem uma vila, sempre vou lá buscar água, minha família mora lá.

-OK - concordei, meio que duvidando disto.

Caminhamos, caminhamos, caminhamos, nenhum zumbi, nada, deserto, olhei para o meu relógio, o maldito havia parado de funcionar, o retirei e taquei no chão.

Uns 40 min. depois avistamos uma vila, achei que era a mesma em que eu fui pedir ajuda, mas não era.

Aproximamos cautelosamente da vila, mas Jorge estava confiante, ele achava que tudo continuava normal, mesmo tendo zumbis, sacamos nossas armas e acompanhamos Jorge, que não estava segurando arma, pois, estava em seu coldre.

Chegando perto de uma casa, branca, toda reformada.

-Papaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai - um garotinho moreno veio correndo em direção do Jorge e o abraçou.

-Filho - disse Jorge, já com lágrimas nos olhos.

Uma mulher negra veio caminhando em nossa direção e disse:

-Olá Jorge, saudades !

E logo se beijaram, parece que era a sua família.

-Está é Zambuko - apontando para a mulher - e este é o pequeno Jacob - colocando a mão na cabeça do filho - são a minha família.

-Olá - dissemos quase em coral, eu, Tiago e Capitu.

-Por favor, adentrem nossa vila, poderemos ajudar vocês. - disse Zambuko

Passamos por um portão branco, logo quando entraramos, vimos uma vila grande, fiquei impressionado, havia guardas uniformizados com fuzis, uma fonte de água no centro, as casinhas bem cuidadas, telhados novos, portas e janelas de vidro, mas com grade do lado de fora, mulheres sentadas nos bancos pintados de marrom, incrível, praticamente a cidade era pintada de branco e marrom, um senhor lá com seus 60 anos tocando violão e cantando para as crianças, havia flores, um clima agradável.

-O que aconteceu por aqui ? - perguntei indignado.

-Hãn? - a mulher olhou pra mim, assuntada.

-Cadê os zumbis ?

-Aqui tem guardas não está vendo? Nenhum bicho estranho desses entra aqui ! - disse ela orgulhosa.

Ela nos levou para a sua casa, que de fato era grande comparado com as outras casinhas, havia três quartos, uma cozinha e uma sala, logo que entrei na sala eu sentei numa poltrona e fechei os olhos, estava muito cansado, fazia tempo que não relaxava.

-Poxa vida - pensei - quando será que isso vai acabar ?

...

*Barulhos de tiros*

Levantei da poltrona num pulo, olhei para os dois lados, levantei e sai correndo procurando todo mundo, depois fui pra fora de casa, pois, Tiago e Capitu não estavam na casa, todo mundo sumiu, corri para a entrada da cidade e logo vi, a mulher negra ''rasgada'' no chão, suas víceras estavam pra fora de seu corpo, parece que todo mundo que morava na vila estava despedaçado, de longe eu vi Tiago e a Capitu caídos, corri o máximo que eu podia até lá. Ah não! Eles estavam despedaçados também...

...

-Alexandre, Alexandre - gritavam - Acorda !

Olhei era Capitu me balançando.

-Oi ? - eu disse - durmi por muito tempo?

Ela apontou pro lado de fora da janela, estava de noite.

-Vamos andar por aí ? - pergunteu Capitu com um sorriso.

Levantei da poltrona, meu pé direito estava dormente, fui mancando até a porta,tentei abri-la, mas sem sucesso, estava trancada.

-Quem nos trancou aqui ? - perguntei

-Não sei, vou chamar o Tiago - disse Capitu

...

Fiquei sentado na poltrona, alguns minutos depois eles voltaram.

-Espero que seja importante, eu estava dormindo - Tiago estava com a cara amassada - O que foi ?

-Nos trancaram aqui, vou pegar minhas coisas, tentar achar uma saída - disse caminhando em direção a mesa, onde estava nossas coisas - Quem quiser, venha comigo!

Depois de alguns minutos, procurando algum lugar para escapar, noto que está ficando quente e dificil de respirar. Vejo uma estante com várias toalhas brancas empilhadas uma sobre as outra, pego uma pra enxugar o suor e elas caem tudo no chão, revelando uma passagem para um corredor, todo de metal com várias lâmpadas no teto.

-Achei algo - disse, surpreso - Vamos por aqui !

Subi na estante e passei para este corredor, puxo a pistola e começo a caminhar dentor do corredor, olho para trás Tiago empunhando um Calibre 12, sério e Capitu logo atrás dele segurando uma faca de cozinha.
Este corredor tem três escadas, todas são para descer, no final da última escada há uma esquina para a esquerda, encosto na parede e vou olhando para ver o que tem nessa esquina, um outro corredor, porém, úmido, apertado, mal iluminado, não tem metal nas paredes, teto e chão, mas sim barro, um corredor bem precário.

-Vamos andar juntos, fiquem pertos - olhei para trás e disse a eles
-Ok - disse Tiago seriamente e olhando pra frente

Ouço um som, é o barulho do vento, parece que tem uma passagem em algum lugar, depois de alguns metros andados, simplesmente não há iluminação e começa um breu.

-Vamos continuar ? - perguntei aos dois
-Vamos, ja que estamos trancados - disse Tiago muito sério, ele está falando pouco

Começamos a adentrar a escuridão, nao conseguia ver nada, mas sempre empunhando a pistola, alguns segundos adentrando a escuridão, ouço outro som; "Uuuuuuuuuh uuuuuh". Resolvi atirar na escuridão.

...

Além do feixe de luz, ouço outro som de estouro, acho que acertei algo. Logo depois o som de estouro, uma luz começa a surgir, uma porta estava se abrindo a uns 15 metros da minha frente, que logo revela uma pessoa, não consigo ver seu rosto, pois a luz é muito forte, já que Tiago e Capitu estão atrás de mim, resolvo atirar, "POW". A pessoa cai no chão, corro até lá para ver o que ou quem era.
Chegando ao corpo vi que era um homem branco, lá com seus 40 anos, estava com um jaleco branco sob uma camisa preta, calça jeans surrada e descalço.

Para minha surpresa Capitu deu um grito ao ver o homem no chão e começou a chorar e a bater em minhas costas, a olhei e perguntei :

-O que houve ? - fiquei surpreso
-Pa-pa-pai - disse ela chorando e gaguejando ao mesmo tempo
-Ah não!

Abaixei e comecei a revistar suas roupas, dentro de um bolso do jaleco havia um papel e umcrachá. Era um crachá da Corporação MAWF e no papel estava escrito "Girar chave n° 1, Apertar os três botões vermelhos e puxar a alavanca". Pego o papel e guardo no bolso e o crachá eu coloco o grampeadorzinho na camisa. Agora comecei a reparar onde eu estava, havia vários tubos grandes de água enfileirados, formando um corredor com zumbis dentro com aparelhos grudados na cabeça e um tubo no nariz transmitindo oxigênio. Comecei a andar nesse "corredor", todos os zumbis abriram os olhos e começaram a nos olhar, paralizamos, havia mais de 50 zumbis, ficamos esperando para ver o que acontecia.

Segundos depois eles apontaram para um local, como se estivessem indicando para deveriamos ir, voltamos a andar até onde eles estavam indicando, no final desse corredor de tubos, havia uma porta de metal, puxei ela com ajuda do Tiago, pois era muito pesada.

-Olha um laboratório - disse Capitu após a porta estar aberta, e entrou.

Uma sala pequena com um painel de controle com várias Tvs pequenas e enumeradas monitorando vários cantos do mundo, no centro tinha uma Tv grande, mostrando o planeta Terra, na Tv de número 21, vejo Cuiabá, a cidade está sendo reconstruída, há zumbis, mas também várias pessoas.

-Olha, mais sobreviventes - digo animado
-Não, repare bem, esses "humanos" de quem voce está falando, alguns não tem metade da cabeça, ou o cérebro está para fora, são zumbis ! - disse Tiago
-Temos que dar um jeito nisso - digo isto e sento numa cadeira.

Olho para baixo do um suspiro e olho pro lado, vejo chaves com números, vários botões e duas alavancas, me levanto e olho as chaves mais atentamente, onde deveria ter uma chave no n° 1 não tem, mas tem na de n° 2 e n°3, puxo a chave do n° 2, porém para cada buraco para colocar chave são diferentes.


-Tiago - chamo por ele
-Fala - vem ele ao meu lado
-Me empresta sua faca - digo olhando para o buraco de onde deveria estar a chave n° 1
-Toma - ele me entrega a faca


"Pack". Enfio a faca no buraco da chave n° 1, olhei para direita vi botões de todas as cores, apertei apenas os três vermelhos, agora qual alavanca puxar?


Capitu veio, nos olhou e perguntou


-O que acontece se puxar essa alavanca? - terminou de falar isso e puxou a alavanca da direita.

Ouvi vidros quebrarem, e água cair no chão, a alavanca libertou os zumbis. Capitu grita e puxa a alavanca da esquerda. Ouço um barulho ensurdecedor e olho nas Tvs, vejo que em cada lugar que as Tvs estavam monitorando o local teve uma explosão gigantesca, vejo também que na Tv central, ocorre várias explosões imensas no planeta Terra, e na Tv de número 57, eu posso me ver.

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