Narração : Alexandre Augusto
Cuiabá - MT, Brasil [TERÇA-FEIRA]
"00:30"
"olhei ao redor, checando a área, já que não tinha nada para me preocupar, sentei ao seu lado...."
-Qual o seu nome? - perguntei
Nada de respostas, continuei a olhando, estava sentada e olhando para o chão, como se nada estivesse acontecendo, tirei a mochila das costas, e a coloquei na minha frente, a abri, peguei uma garrafa d'água e ofereci para ela, que pegou sem hesitar, e acabou com todo o seu conteúdo, logo respondendo:
-Rúby
É, parecia que estava com muita sede, peguei uma barrinha de cereal e entreguei para ela, que devorou em uma mordida, é, parecia que estava com fome também, retirei um cacho de bananas, sendo que algumas delas viraram papinha no fundo da mochila, estava tudo melecado, e entreguei para ela, em questão de minutos, ela havia devorado tudo, então peguei outro pente num bolso da mochila e recarreguei minha .50, depois disso a coloquei ao meu lado, olhei para dentro da mochila novamente, e peguei uma maçã que estava toda amaçada, mesmo assim comi, quando estava lá pela terceira ou quarta mordida, olhei para esquerda, parecia alguém apostando corrida, esperei para ver o que era, quando eles passaram na minha frente vi um carro perseguindo uma moto, fechei a mochila e a coloquei nas costas. Me coloquei de pé, pois, iria começar a andar para algum lugar, buscando algo de útil, até que ela se levantou também e disse:
-Está vendo aquela casa branca com portão vermelho? - perguntou ela
-Sim - reparei que a casa não estava tão branca com as manchas de sangue
-Lá era minha casa, até acontecer isso
-Ahh.. legal, estou indo, se voce quiser vir junto...
-Eu tenho gasolina, está na garagem.
Comecei a imaginar como que ela conseguiu gasolina, até que ela começou a explicar antes de eu perguntar:
-Antes de tudo isso acontecer, meu pai trabalhou num posto como frentista, meu pai enchia algumas garrafas com gasolina, enquanto o seu supervisor não estava por perto, e guardava no fundo do posto, e antes de vir embora para casa, as trazia consigo.
-Ótimo, vamos até lá pergar
Chegamos até o portão, o abri, vi as garrafas no canto da garagem, corri até lá, peguei 5 garrafas e voltei para a moto, que estava de pé, sustentada pelo pézinho, abri seu tanque, e comecei a despejar a gasolina, logo veio ela, toda desajeitada tentando segurar 3 garrafas, ela trouxe para mim e eu enchi o tanque, fechei o mesmo, subi na moto a liguei.
-Vai vir junto? - perguntei
-Claro - logo subindo na moto
Comecei a correr com a moto, passei os 100km facilmente, não conseguia enxergar nada ao redor, com o efeito estonteante da velocidade, atravessei uma ponte em segundos que ligava a minha cidade para outra, que sinceramente, atravessa-la andando demorava muito.
Senti que as unhas dela estava cravando nas minha barriga, onde estava se segurando para não cair da moto, decidi diminuir e reparei que a cidade vizinha, estava habitada ainda...
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